O Grupo 1143 rejeitou esta segunda-feira que os suspeitos de terem cometido ataques contra imigrantes na madrugada de sexta-feira, no Porto, estejam ligados àquela organização, conhecida pela sua ideologia nacionalista e neonazi.
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"Não existe ninguém envolvido nisso. Temos auscultado os nossos militantes, cerca de três mil membros, fora os simpatizantes, e não tivemos nenhum retorno de que alguém tenha participado neste evento. Até agora, não temos qualquer informação sobre isso", afirmou o porta-voz e militante de extrema-direita Mário Machado.
"Nunca iremos cometer qualquer tipo de crime. Muito menos em nome do grupo ou envolvendo o nome deste. O 1143 não comete nem organiza crimes", reiterou aquele elemento, numa gravação áudio disponibilizada num grupo na plataforma Telegram.
Tal como o JN noticiou no domingo, as autoridades estão a escrutinar eventuais ligações entre os incidentes violentos ocorridos no Porto contra imigrantes verificados desde o dia 1 de maio e a presença na região de dirigentes do movimento de extrema-direita 1143 para promover várias iniciativas com militantes. Na sequência daquelas agressões, seis homens foram identificados e um foi detido pela posse ilegal de arma.
"Vamos aguardar pacientemente. Não é algo que nos incomode muito. Agressões como estas acontecem todos os dias contra portugueses, um pouco por todo o país, e não vemos ninguém preocupado com isso", disse, comentando aquilo que diz ser um tema "querido por todos e que está na ordem do dia".
Mário Machado afirmou ainda que o grupo não pode ser responsabilizado coletivamente pela ação individual de "uma, duas ou três pessoas". "O nosso objetivo não é a prática de crimes. É o respeito da Constituição. É fazer trabalho político", sustentou, argumentando que "a esmagadora maioria das atividades [do grupo] é pública".
Aquele responsável sustentou que há uma vontade por parte "das autoridades politicamente orientadas" em destruir o grupo. "Quanto mais impacto temos na sociedade, maior é a repressão e as tentativas ardilosas de tentar parar o nosso movimento, que é imparável", disse.
No fim, Mário Machado deixou um conselho a quem esteja a "pensar fazer qualquer atividade em nome da extrema-direita, do nacionalismo ou do patriotismo que seja ilícita": "O que dizemos agora é o que dizemos sempre: não o façam. Vão prejudicar a vossa vida. Arriscam ser presos. Não é benéfico para vocês, nem para a nossa causa. A extrema-esquerda está desejosa que apareça um Alcindo 2, o único homicídio racial cometido por brancos", concluiu.