O Ministério Público acusou um guarda prisional de uma cadeia do Norte do país imputando-lhe a prática de dois crimes de corrupção passiva. Também quatro reclusos e a mulher de um destes foram acusados por um crime de corrupção ativa, informou a Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP).
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Segundo a acusação proferida a 4 de março, o guarda prisional, no ano de 2017, "a troco do pagamento ou promessa de vantagens patrimoniais", aceitou introduzir ou permitiu a introdução de telemóveis, cartões SIM, cabos e ainda, por uma vez, estupefaciente no estabelecimento prisional onde exercia funções. Os produtos tinham como destino os restantes arguidos reclusos e eram para venda a terceiros.
Numa nota publicada na sua página na Internet, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto informa que tal terá sucedido por três ocasiões, "na última das quais, o guarda prisional acabou intercetado por colegas na posse do material que lhe havia sido fornecido pela arguida não reclusa", nomeadamente telemóveis e estupefaciente, acondicionados dentro de pacotes de leite, que lhe chegaram às mãos pelo uso de fios ao longo da vedação da cadeia.
"O Ministério Público computou as vantagens pagas e prometidas no valor global de 700 euros requerendo o decretamento da sua perda a favor do Estado. A prática do crime de tráfico de estupefaciente conheceu tratamento em processo autónomo", conclui a nota da PGDP.