José Fortuna Malengue, o guarda prisional, de 52 anos, que atropelou mortalmente o agente da PSP de Évora, António Doce, foi ao posto da GNR de Montemor-o-Novo, logo após o homicídio, queixar-se de agressão. Saiu e seguiu para Sintra onde acabaria por ser detido pela GNR.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, no sábado à noite, alcoolizado, Malengue começou a discutir com a namorada e agrediu-a, no Rossio de S. Brás, em Évora, onde o casal tinha marcado passar o fim de semana. António Doce, pai de dois filhos, estava perto do quiosque que a mulher gere naquele local e assistiu à violência. Estava de folga, mas quando viu a mulher ser arrastada para o veículo pelo companheiro, não hesitou e foi socorrer a vítima.
Ao tentar impedir a fuga do agressor, que já cumpriu pena de prisão por conduzir alcoolizado e que tem antecedentes por violência doméstica, o agente da PSP foi atropelado. António Doce acabaria por morrer horas depois do hospital, vítima dos graves ferimentos.
Depois de ter saído de Évora com a mulher, Malengue parou no posto da GNR de Montemor-o-Novo, onde se queixou de ter sido agredido no Rossio de S. Brás. Nessa altura, o guarda prisional não sabia que tinha matado uma pessoa, nem sabia que essa pessoa era um agente PSP, de folga. Os militares, que também ainda não estavam a par do homicídio, registaram queixa e deixaram ir o homem que acabaria por ser detido horas depois pela GNR, em Sintra.
O suspeito vai, esta segunda-feira, ser ouvido no Tribunal de Évora por um juiz de instrução criminal.