Os guardas da cadeia do Vale do Sousa, em Paços de Ferreira, vão entrar em greve. O protesto irá acontecer no final deste mês e terá a duração de dez dias. No entanto, este período poderá alongar-se, com repercussões nas visitas, no período de recreio e nas saídas para o exterior dos reclusos.
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Segundo o JN apurou, a greve foi aprovada num plenário realizado, nesta quinta-feira, nas instalações da própria cadeia do Vale do Sousa. Nesse encontro, ficou acordado que o pré-aviso seria enviado para as autoridades competentes na sexta-feira, para que o protesto possa acontecer no final do presente mês.
Para já, ficou também decidido que a greve terá a duração de dez dias, mas que este período será alongado por tempo indeterminado se as reivindicações não foram atendidas. Entre os motivos para a greve está o facto da direção da cadeia ter retirado aos guardas prisionais espaços que há muito eram ocupados por estes, nomeadamente gabinetes de trabalho.
Fonte ligada à Guarda Prisional refere, ao JN, que a extinção de duas das três camaratas usadas pelos guardas causou, igualmente, muitos protestos. Os guardas tinham à sua disposição três camaratas, cada uma com cerca de dez camas, mas a direção do estabelecimento prisional decidiu transformar duas delas em espaços para acomodar trabalhadores civis.
Os guardas queixam-se ainda de um sistema de ar condicionado que há 20 anos não é sujeito a manutenção e, sobretudo, da degradação das suas condições de segurança no interior das cadeias.
Visitas aos reclusos deverão ser suspensas
Os serviços mínimos a cumprir durante a greve ainda vão ser estipulados, mas já é certo que o protesto terá impacto nas rotinas do estabelecimento prisional. Espera-se que, por exemplo, sejam suspensas as visitas aos presos e que estes também fiquem impedidos de gozar o período diário de recreio. As diligências no exterior, nomeadamente consultas médicas, também deverão sofrer um corte significativo.
Atualmente, a cadeia do Vale do Sousa dispõe de cerca de cem guardas para 380 presos. Este rácio, faz com que os turnos durante o dia sejam realizados por 20 guardas, número que, à noite, desce para dez.