Os guardas prisionais vão estar em greve no próximo dia 19 de dezembro. A ação de contestação foi marcada pela Associação Sindical de Chefias da Guarda Prisional (ASCGN) e justifica-se pela “permanente humilhação funcional” levada a cabo pelo Ministério da Justiça.
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“Estamos fartos”. É desta forma que os chefes da Guarda Prisional resumem o seu estado de alma. Em comunicado, queixam-se dos “anúncios inconsequentes” do Governo e lamentam que os problemas do setor continuem sem resolução. “Regista-se uma normalização de permanente humilhação funcional por parte da tutela”, sublinha a ASCGN.
A associação sindical lembra ainda “o agravamento contínuo das péssimas condições de trabalho, os baixos e incongruentes vencimentos e as escassas perspetivas de progressão na carreira” para justificar o protesto.
A ASCGN garante que há ainda uma “notória falta de reconhecimento” dos guardas prisionais, profissão que sofre de uma crescente “degradação da imagem” e de “um estigma social, comprovado por diversos e recentes estudos académicos”.
“O Ministério da Justiça não permite a abertura de concurso para guarda prisional. E mesmo que o faça, a inércia e o desinteresse em promover objetivamente a atratividade da carreira leva-nos a prognosticar pela inexistência de candidatos”, defende a associação sindical.
Num contexto em que “tudo se permite, tolera e normaliza”, a ASCGP considera que é tempo de combater a “incúria” que grassa nas cadeias e, com esse intuito, avançou com uma greve para 19 de dezembro.