Lamentável. É este o adjetivo usado pelos guardas prisionais para classificar a entrevista do ex-diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa Gonçalves.
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“Sacudiu a água do capote para a Guarda Prisional, mas quem perdeu a confiança foi ele. Nós continuamos a merecer a confiança da ministra”, afirma o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais.
O dirigente sindical, contrariamente ao defendido pelo responsável demitido após a fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus, garante que a evasão “não foi culpa dos guardas prisionais”, mas sim de um “sistema degradado”. “Não é verdade que houvesse guardas em número suficiente na cadeia. Se houvesse, não era preciso deslocar guardas dos pavilhões para a zona das visitas”, exemplifica.
Classificando a entrevista de Abrunhosa Gonçalves de “muito infeliz”, o líder do SNCGP assegura que o ex-diretor-geral “não deixa saudades”.
Quem também não sentirá a falta de Abrunhosa Gonçalves é o presidente da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP), Hermínio Barradas. “Nunca nos sentimos representados por esta Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, até porque só tivemos uma reunião para apresentar cumprimentos”, declara.
O representante dos chefes da Guarda Prisional salienta que Abrunhosa Gonçalves se “queixou de não ter sido defendido pelos superiores hierárquicos, mas também não teve uma palavra de confiança com o pessoal que estava na cadeia”. “Descartou toda a responsabilidade, esquecendo todas as políticas seguidas nos últimos anos, que contribuíram para a degradação e enfraquecimento das cadeias e tiveram a sua conivência”, destaca.