A escolha de Lucília Gago como nova Procuradora-Geral da República significa que existirá uma "continuidade do trabalho", considerou esta sexta-feira a ministra da Justiça. Joana Marques Vidal frisou que a "hipótese" de continuar no cargo nunca lhe foi colocada.
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Francisca Van Dunem, que falava aos jornalistas à margem de uma conferência em Lisboa sobre o combate à corrupção, escusou-se ainda a fazer "um balanço" do mandato de Joana Marques Vidal. "Está fora de causa no contexto da sucessão. Aquilo que está em causa não é a avaliação que é feita do mandato: é o princípio de que (...) a existência de um único mandato é a solução que melhor respeita a autonomia do Ministério Público", sustentou.
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Já a atual Procuradora-Geral da República frisou que a "hipótese" de continuar no cargo nunca lhe foi colocada, ressalvando que considera "todo este processo como o funcionamento normal das instituições".
Joana Marques Vidal desejou ainda as "maiores felicidades" a Lucília Gago, magistrada de 62 ano, cuja nomeação foi tornada pública na quinta-feira à noite.
Sobre o seu mandato, salientou o facto de "alguns processos extremamente complexos" terem chegado "à fase de despacho final do Ministério Público", contrariando a ideia de que "se arrastam por dez, 15 anos". Em sentido inverso, lamentou não ter conseguido "aprofundar, trabalhar e desenvolver as estruturas do Ministério Público" para responder, na área administrativa, aos direitos da cultura, do património e do ambiente.
A atual Procuradora-Geral da República defendeu, igualmente, que "é essencial" que o combate à corrupção seja considerado "politicamente" um "desígnio nacional". "Os responsáveis políticos têm uma palavra a dizer na intransigência com que têm de encarar a corrupção. Temos um grande caminho a fazer", argumentou.