O autor do homicídio ocorrido durante uma festa num café do Bairro da Bela Vista, em fevereiro de 2022, confessou ao Tribunal de Setúbal, esta quinta-feira, que a morte de Luís Graça, de 25 anos, resultou de um disparo que fez por "impulso", após uma discussão.
Corpo do artigo
O arguido, Cleidir Fernandes, de 35 anos, contestou a tese da acusação do Ministério Público. Este sustenta que, quando decorria uma festa no bar Sheesha Lounge, na noite de 29 de fevereiro de 2022, o arguido levou Luís Graça para fora do café com o braço no seu pescoço e, sem que nada o fizesse prever e fazendo uso de uma pistola 7,65 mm que trazia na outra mão, encostou-a à cintura da vítima, premiu o gatilho e disparou, matando-a.
Luís Graça tinha 25 anos
"Antes do disparo, houve uma confusão fora do bar e tive que disparar dois tiros para o ar e sanar os ânimos. Logo depois, já dentro do bar, vi o Luís esconder algo na cintura", contou Cleidir, acrescentando que, naquele momento, levou Luís Graça para fora do bar, não com o braço ao pescoço. "Lá fora, pedi para tirar o que tinha escondido à cintura e ele fez um movimento muito brusco. Ao mesmo tempo, desviei o olhar para um amigo dele que saía do bar e, quando voltei a encarar o Luís, ele estava já muito próximo de mim, então disparei como um impulso", disse o arguido.
Cleidir, que tinha a profissão de vigilante, disse que deitou a arma fora logo após o crime. Andava armado porque temia represálias por outro indivíduo que já o tinha alvejado duas vezes à queima-roupa, também no Bairro da Bela Vista, e que já estava em liberdade, alegou.
Cometido o crime, Cleidir fugiu para França, onde seria localizado e detido pelas autoridades. "Levei a minha família e trabalhava como distribuidor de jornais e motorista, mas decidi entregar-me porque, quando olhava para o meu filho, lembrava-me do Luís e pensava o quanto sofriam os pais dele pela perda", afirmou.