Arguido manifestou vontade de falar aos juízes no início do julgamento, mas foi aconselhado a fazê-lo só quando for conhecido o relatório médico.
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Um homem de 62 anos acusado de ter assassinado a mãe, de 88, com 19 facadas, em janeiro do ano passado, quando esta estava sentada no sofá, ficou ontem em silêncio no início do julgamento no Tribunal de São João Novo, no Porto. Blandino Almeida, que está em prisão preventiva na cadeia de Custóias, não quis prestar declarações na sessão de ontem porque a sua defesa ainda está à espera de um relatório pericial para aferir da sua inimputabilidade.
A acusação do Ministério Público dá conta de que, no dia 22 de janeiro de 2024, o arguido, “munido de uma faca de cozinha, com 18,1 centímetros de comprimento total, sendo 8,2 centímetros de lâmina”, aproximou-se da vitima e, “com o propósito de lhe tirar a vida, apanhando-a desprevenida, abordou-a pelas costas e, sem qualquer motivo, desferiu-lhe vários golpes incisos e profundos no corpo”.
Depois ter cometido o crime, o arguido telefonou a um tio e disse-lhe que tinha morto a mãe.
Esta terça-feira, no arranque do julgamento foram ouvidas várias testemunhas. Uma delas foi a filha mais velha do arguido, que encontrou o corpo da vítima e chamou as autoridades. Um inspetor da Polícia Judiciária, que esteve no local no dia do crime, contou que Blandino “indicou onde estava a arma do crime, no quarto, na mesinha de cabeceira, e indicou que a roupa que ele estava a usar na altura estava no quarto de banho”,
A sessão foi também marcada pela audição de testemunhas no âmbito do pedido de indemnização civil feito pelos três netos da vítima. O julgamento continua a 13 de fevereiro.
Pormenores
Tentou matar
O arguido foi condenado a pena de prisão pelas autoridades brasileiras pela prática, em 1 de janeiro de 2006, de um crime de homicídio na forma tentada.
Violência doméstica
O arguido responde ainda neste julgamento por violência doméstica