O Tribunal de São João Novo, no Porto, adiou para dia 15 deste mês a leitura do acórdão, agendada para esta terça-feira, no caso do homem acusado de matar um amigo, num alojamento local da Rua do Bonfim, na mesma cidade, em abril de 2024.
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A presidente do coletivo de juízes comunicou que o arguido está acusado de homicídio qualificado, mas que, tendo em conta o uso de uma faca, o crime, além de qualificado, é agravado pelo uso. Além disso, acrescentou que, da acusação, não consta a possibilidade da expulsão do país, que poderá ser acrescida à pena principal. A defesa tem dez dias para se pronunciar.
Em fevereiro, tal como o JN noticiou, Austine Benson, de 23 anos, confessou ter assassinado o seu conhecido, mas garantiu que o fez em legítima defesa porque ele o atacou primeiro com uma faca.
Os dois amigos, de nacionalidade nigeriana, chegaram ao Porto a 16 de abril de 2024. Segundo a acusação, por razões não apuradas, a dado momento, o arguido decidiu matar o amigo e desfazer-se do corpo. "Para garantir a fuga imediata" foi à Internet e comprou uma passagem aérea com destino à Holanda para a manhã de 20 de abril, aponta a acusação.
No dia 19 à noite, no interior do apartamento na Rua do Bonfim, Austine muniu-se de uma faca de cozinha e atacou o amigo com grande violência. Esfaqueou-o com múltiplos golpes na região da cabeça, tronco e membros superiores, em particular no pescoço, descreve o Ministério Público. Além disso, ainda mordeu a vítima no tórax e no braço direito e arrancou-lhe o polegar.
Nessa mesma noite, Austine comprou um saco de viagem de grandes dimensões para transportar o corpo. Desfez-se dos pertences da vítima, procedeu à limpeza do apartamento e desligou as câmaras de videovigilância. Já de madrugada, chamou um TVDE para o transportar até junto da Foz do Sousa.
Quando motorista chegou, o arguido, visivelmente alterado, contou-lhe o que acontecera e ofereceu-lhe dinheiro para o ajudar a livrar-se do corpo nas águas do rio Douro. O motorista, invés de o levar ao local pretendido, transportou-o para a esquadra da PSP da Corujeira, em Campanhã, e denunciou o sucedido.