Ricardo Soares, conhecido por “Kacimbanga” e o principal suspeito do assassinato de Diogo Silva, em Ramalde, no Porto, era um sicário ao serviço de traficantes de droga. Procurado pelas autoridades desde fevereiro, foi detido na segunda-feira, num centro comercial de Braga, quando fazia compras.
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Com 28 anos, “Kacimbanga”, refere um comunicado da Polícia Judiciária (PJ), é “suspeito de diversos crimes de homicídio consumado e na forma tentada, bem como de um crime de coação, ocorridos na cidade do Porto”. Mas, antes destes episódios violentos, apurou o JN, Ricardo Soares já terá praticado diversos crimes na Amadora, cidade de onde é natural, assim como em Inglaterra, para onde fugiu quando já estava referenciado pela PJ.
De regresso a Portugal, “Kacimbanga” fixou-se no Porto, mas não mudou de vida. Trabalhou sempre como sicário ao serviço de diferentes grupos criminosos e, desde que lhe pagassem, estava disposto a cometer homicídios por encomenda. Quase todos relacionados com guerras pelo controlo do tráfico de droga nos bairros do Porto.
Um desses crimes foi cometido em 13 de fevereiro. A mando de um dos traficantes que dominava os principais lugares de compra e venda de cocaína, heroína e haxixe na cidade do Porto, “Kacimbanga”, descreve a PJ, muniu-se “de uma arma de fogo” e, a cerca de dois quilómetros do Bairro de São Tomé, obrigou um morador daquele local a transportá-lo até ao interior da urbanização. Uma vez aí, e mal viu os alvos que tinha de executar, disparou na sua direção das vítimas, "sendo uma atingida com gravidade num braço e na região abdominal, pelo que necessitou de assistência hospitalar". Na ocasião, apurou o JN, o suspeito usou uma arma de calibre 6.35mm.
Saiu do esconderijo para matar
Após este crime, Ricardo Soares abandonou a cidade do Porto e escondeu-se numa quinta de turismo rural, em Vila Verde, no distrito de Braga. Manteve-se aí até 29 de março, dia em que, pela hora de almoço, se dirigiu ao Bairro de Ramalde e disparou seis vezes em direção de Diogo Silva, que caminhava no passeio e foi surpreendido pelo assassino saído de trás de uns arbustos.
Uma vez mais, o homicídio, suspeitam as autoridades, foi encomendado por quem já tinha ordenado as mortes no Bairro de São Tomé. E, tal como no primeiro episódio, também desta vez o crime ocorreu no âmbito de lutas pelo controlo de tráfico de droga nos bairros da cidade do Porto.
Nos dias a seguir ao crime, foi noticiado que o homicida poderia ter atuado com o apoio de um segundo homem. Mas, até o momento, as informaçõies recolhidas pelos investigadores indicam que “Kacimbanga” atuou sozinho, pelo menos, no momento dos disparos.
Repetindo o modus operandi, “Kacimbanga” voltou a refugiar-se na quinta de turismo rural de Vila Verde e manteve-se discreto nos dias seguintes ao assassinato. Mesmo assim, seria localizado pelos inspetores da PJ do Porto que, nesta segunda-feira, o seguiram até a um centro comercial de Braga. Em pleno espaço comercial, o suspeito foi abordado, algemado e detido.
Neste momento, aguarda para ser interrogado por um juiz no Tribunal de Instrução do Porto.