Família da vítima acredita que dois episódios estão ligados. PJ de Setúbal investiga.
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Estava acompanhado da namorada e, mal saiu do carro, no centro do Barreiro, foi alvo de dois disparos de espingarda, que o atingiram na face e foram fatais. Pedro Coelho, jardineiro de 39 anos, é natural de Matosinhos, mas estava em casa da namorada há um mês, a recuperar de um esfaqueamento ocorrido precisamente na rua onde, anteontem à noite, veio a perder a vida. A família da vítima acredita que há ligação entre os dois episódios.
O homicídio ocorreu pelas 20.20 horas, na Rua Manuel Pacheco Nobre, e o suspeito pôs-se em fuga. Até ao fecho desta edição, a Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, encarregada da investigação do caso, ainda não tinha efetuado qualquer detenção.
Pedro Coelho foi atingido na face por tiros de espingarda e não resistiu aos ferimentos, apesar das tentativas de reanimação levadas a cabo pelos socorristas.
Já a 23 de outubro deste ano, exatamente na mesma rua, Pedro Coelho tinha sido surpreendido por um homem, encapuzado, que o puxou pelo casaco e o esfaqueou no abdómen, pondo-se em fuga. A vítima ainda tentou perseguir o atacante, mas perdeu os sentidos. Na altura, Pedro teve de ser assistido pelos bombeiros e o caso foi participado às autoridades. Mas não são conhecidos resultados dessa investigação.
Ao JN, a tia, Goreti Cunha, diz que Pedro julgou que se tivesse tratado de uma tentativa de assalto. "O Pedro não tinha inimigos no Barreiro, ele só costumava passar os fins de semana na casa da namorada. Estava agora lá há mais tempo para recuperar do esfaqueamento", conta Goreti Cunha.
Contudo, a família de Pedro, jardineiro no Porto, acredita que o homem que o esfaqueou será o autor do homicídio.
A PJ de Setúbal tenta perceber as circunstâncias do crime e apurar os motivos que pudessem levar a matar um homem pacato como Pedro. Os primeiros indícios apontam para um homicídio motivado por razões passionais, eventualmente cometido por alguém que não aceitava a relação da vítima com a barreirense. A tese deve-se à ausência de passado criminal da vítima que pudessem fazer dele alvo de um ajuste de contas.
Pedro Coelho namorava com a barreirense há cerca de dois anos. Apenas passava os fins de semana em casa da companheira. O homem residia na Senhora da Hora, em Matosinhos, e trabalhava numa empresa de jardinagem. À noite, estudava. Nos dias livres, Pedro dirigia-se ao Barreiro, para estar com a companheira, com quem já planeava casamento, em 2021.
Goreti Cunha caracteriza o sobrinho como simpático, bondoso, calmo e alegre. "Espero que a PJ faça um trabalho bem feito e chegue a quem fez isto ao Pedro", desabafa.
Residente na Senhora da Hora, Matosinhos, Pedro Coelho trabalhava numa empresa de jardinagem e estudava à noite. Completava 40 anos no próximo dia 11 e planeava casar com a namorada que conheceu há dois anos. Não tinha filhos e queria constituir família. Era tido como simpático, bondoso, calmo e alegre.
Funeral sem data
O funeral de Pedro será em Matosinhos. É esta a vontade da família, que espera pela realização da autópsia para agendar as cerimónias fúnebres. Não há ainda data marcada.
Atingido no maxilar
Pedro Coelho foi assassinado com dois tiros na face. A vítima foi atingida no maxilar pelos tiros da espingarda utilizada pelo homicida que se pôs em fuga.
Andava tranquilo
Pedro nunca se mostrou ansioso nem se queixou de ninguém que lhe quisesse mal, por causa da atual companheira ou por outra razão.