O Ministério Público vai levar Vany Vieira, 31 anos, a julgamento pelo homicídio da namorada, Denise Rosa, 37 anos, em casa no Barreiro em agosto do ano passado. No entanto, vai pedir que ao arguido seja aplicada uma medida de internamento, tendo em conta que não tinha noção da realidade quando matou a vítima, devido à doença de que padece, esquizofrenia.
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O crime foi cometido no dia 18 de agosto, na rua José Augusto Pimenta, número 35, perto do Tribunal do Barreiro. O arguido tinha um role de suspeitas sobre a sua namorada, todas movidas pela paranoia. Acreditava que a vítima o tinha traído e que a criança não era seu filho, achava que esta o tinha envenenado ou queria envenenar e que fazia parte, à semelhança do resto da humanidade, de uma rede criminosa que o perseguia e que o queria matar.
Nesse dia, munido de uma faca, desferiu vários golpes na vítima, que se encontrava grávida de pelo menos 7 meses. Esta foi atingida no pescoço e no tórax e acabou por morrer fruto de choque hemorrágico.
Consumado o crime, Vany Vieira saiu de casa e admitiu nas redes sociais que tinha assassinado a companheira. Uma prima da vítima leu a publicação do agressor e tentou insistentemente contactar Denise, mas sem sucesso. As autoridades foram então alertadas para o sucedido e pouco depois da meia-noite de quinta feira entraram na sua casa.
A naturalidade cabo-verdiana e o facto de ao longo de dez anos ter trabalhado intermitentemente em Paris levou as autoridades a alertar a PSP no aeroporto de que o suspeito poderia tentar a sua fuga para o estrangeiro, o que viria a acontecer. Vany Vieira foi intercetado no aeroporto de Lisboa, quando tentava comprar um bilhete de avião e foi detido.