Um homem de 49 anos é suspeito de ter abusado sexualmente, desde 2017, de uma neta, uma sobrinha-neta e duas amigas destas.
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O presumível abusador terá praticado, no total, cerca de 100 atos contra a autodeterminação sexual das meninas, hoje com idades compreendidas entre os três e os sete anos. Residente na Grande Lisboa, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ). Sujeito à medida de coação de prisão preventiva, suicidou-se na madrugada de terça-feira na cadeia, apurou o JN.
O caso foi descoberto depois de a mãe de uma das crianças ter detetado algo de estranho na filha e ido com esta ao Hospital Dona Estefânia, em Lisboa. A menina foi, em seguida, sinalizada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal que, na passada quarta-feira, alertou a Judiciária. Após uma investigação-relâmpago, o suspeito acabou por ser detido pela PJ na noite seguinte.
Estava indiciado, ao todo, por cerca de uma centena de crimes de abuso sexual agravado sobre as quatro meninas - um por cada ato.
Família desconhecia
Ontem, em conferência de imprensa, o coordenador da secção de crimes sexuais da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo da instituição, José Mata, destacou a "forma célere" como, face à "possibilidade de continuidade" da prática dos crimes, a PJ atuou perante a denúncia.
De acordo com o responsável, as quatro meninas terão sido as únicas vítimas do suspeito, "inserido na sociedade" e com emprego no setor da construção civil.
Os atos não terão causado suspeitas no seu seio familiar. "É nossa convicção de que ele conseguiu, de alguma forma, ludibriar os familiares", frisou José Mata.
Na prática, o alegado abusador terá beneficiado da proximidade às crianças, sobre as quais exercia um ascendente. Além da neta e da sobrinha-neta, ligadas por laços familiares, as duas amigas destas também abusadas sexualmente residiam "na vizinhança".
O coordenador escusou-se a adiantar onde aconteceram os atos agora investigados. Segundo o comunicado emitido pela instituição, pelo menos uma parte terá acontecido em casa do suspeito.