Um homem, condenado a dois anos e dois meses de prisão efetiva por ofensas à integridade física graves, quis entregar-se às autoridades, na segunda-feira, para cumprir a pena, mas o pedido não foi aceite. Desde então, está alojado num hotel em Lisboa."É ridículo. Nem com o contacto dele ficaram", conta o advogado.
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Jorge (nome fictício) envolveu-se numa desordem com diversos homens, em 2010, na cidade do Funchal, de onde é natural e, durante as agressões mútuas, partiu o maxilar a um dos seus oponentes. A residir em Londres, onde se casou e teve duas filhas, foi julgado e condenado na Madeira, em 2014, a uma pena de dois anos e dois meses de prisão efetiva.
"Ele não sabia de nada, até que foi impedido de renovar um documento. Perguntou-me o que se passava, e eu informei-o de que havia sido declarado contumaz e de que tinha uma pena para cumprir", contou o advogado, José Paulo Pinho, ao JN.
Como tem duas filhas menores, Jorge quis saldar as suas contas com a justiça portuguesa e decidiu entregar-se, pedindo ao Tribunal do Funchal para cumprir pena em Lisboa.
"Foi ao consulado, para obter um bilhete único de avião, e eu informei a PSP de que ele regressaria na segunda-feira, dia 27 de janeiro, no voo das 16.30. Chegado a Lisboa, as autoridades [a Divisão Aeroportuária da PSP em Lisboa] não o quiseram receber, e esteve no aeroporto até à meia-noite. Foi então que resolveu ir para um hotel, onde permanece", sublinhou José Paulo Pinho.
"É ridículo, porque a Polícia nem com o contacto dele ficou, ou seja, não sabe onde ele está", rematou.