Henrique Carvalho tinha confessado a familiares que, um dia, o divórcio ia acabar em tragédia. População de Lalim já não tem medo de sair à rua.
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Henrique Carvalho, que foi anteontem encontrado sem vida numa fraga da floresta de Lalim, em Lamego, onde tinha assassinado a ex-mulher a tiro, já tinha confessado a familiares que, um dia, ia matar Ana Maria Melo e suicidar-se. A informação tinha sido partilhada com inspetores da Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real, que, desde a primeira hora, privilegiaram a tese do homicídio seguido de suicídio.
Henrique, 62 anos, nunca perdoou à ex-mulher, de 56, o seu desejo de separação, que aconteceu no verão do ano passado. E muito menos o divórcio, pronunciado já este ano. Desde o fim da relação, ia confessando a um grupo restrito de familiares que a ideia de acabar com a vida de Ana Maria Melo para depois se matar a ele próprio ia germinando na sua cabeça. Ninguém acreditava que pudesse concretizar a ideia. Mas foi precisamente o que aconteceu.
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A 14 de agosto, fez uma emboscada à ex-mulher, acompanhada pela amiga, Alexandra Carvalho, 37 anos, que tentou evitar o homicídio e acabou baleada numa perna. De seguida, Henrique subiu ao monte e, a cerca de um quilómetro, com o mesmo revólver, alojou uma bala na própria cabeça.
Acabaria por ser encontrado 23 dias depois por um grupo de moradores. Paulo Melo, sobrinho da vítima, Bruno Carneiro, presidente da Junta, e Armando Clemente, presidente da Associação de Caçadores de Lalim, decidiram "bater" especificamente aquela zona porque o avô de Henrique foi, em tempos, dono de um terreno ali situado.
A descoberta do corpo foi um alívio para todos: "O meu filho Júlio tinha medo de ir ao quintal. Agora estamos aliviados", disse ao JN Sónia Moura.
"Ainda bem que acabou. Não era perigoso para nós, mas podia ser para a família", comentou Francisco Pinheiro.