Um homem de 51 anos, procurado há vários anos pelas autoridades espanholas por homicídio qualificado, foi detido pela Polícia Judiciária no Seixal. Em outubro de 2023, fora condenado, à revelia, a 22 anos de prisão, pela morte da sua mulher, de 38 anos.
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O crime violento ocorreu a 26 de maio de 2017, em Collado Villaba, na região de Madrid. O suspeito foi jantar com a mulher, de nacionalidade romena, e outros amigos. De regresso a casa, agrediu barbaramente a mulher na cabeça, causando-lhe um traumatismo crânio encefálico.
Depois, tapou-lhe o nariz e a boca, colocou-lhe um saco de plástico na cabeça, causando-lhe a morte por sufocação, e amarrou-lhe os pés e mãos com fita adesiva para simular um roubo.
O suspeito foi detido e, em 2020, condenado a 21 anos de prisão. Porém, devido a irregularidades processuais, o Supremo anulou a condenação e ordenou a repetição do julgamento. Em outubro de 2023, o espanhol foi novamente condenado, desta vez a 22 anos de prisão. Porém, como, entretanto, se tinha excedido o prazo de prisão preventiva, o suspeito havia sido solto e encontrava-se em parte incerta.
Reparava turbos e recebia dinheiro da filha através de amigos
Soube-se agora que, há cerca de dois anos, o assassino tinha vindo para Portugal. Segundo a PJ, "desenvolvia a mesma atividade profissional que já exercia em Espanha: perito em recuperação de turbos, utilizados em veículos automóveis, sendo que os pagamentos pelos serviços prestado, eram sempre efetuados em dinheiro, como forma de dissimular a sua presença".
Além disso, uma filha de um relacionamento anterior enviava dinheiro para pessoas conhecidas do pai e estes, por sua vez, transferiam-no para ele.
"Esta detenção foi o corolário de uma intensa troca de informação e de um aturado processo de investigação de paradeiro, com cruzamento de dados, partilha de referências e circunstancias relevantes, entre a Unidade de Informação da Polícia Judiciária e a congénere do Corpo Nacional de Policia de Espanha", esclarece a PJ em comunicado.
O suspeito vai ser apresentado ao Tribunal da Relação com vista à sua extradição para Espanha.