Melhor amigo de homicida de Oliveira do Bairro já desconfiava que fugitivo procurasse casa da irmã emigrante para se esconder. Os moradores estão aliviados com a captura.
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Quando, fez no domingo uma semana, Jair Pereira telefonou ao seu vizinho e amigo António Silva, a mulher deste, Maria da Soledade, suplicou-lhe: “Sou eu, a tua segunda mãe, que estou a pedir para te entregares”. Mas Jair recusou. Garantiu que preferia suicidar-se. Apenas aceitou revelar onde estava o corpo de Conceição Figueiredo, que havia matado duas semanas antes, em Oliveira do Bairro. No sábado, foi no jardim da irmã de António que o alegado homicida, de 54 anos, foi capturado pela GNR. Na vizinhança, já se suspeitava que pudesse ser aquele o seu paradeiro.
Esmerinda, emigrante em França e irmã de António, com cerca de 80 anos, já suspeitava de que Jair tivesse pernoitado no seu jardim, alguns dias depois do homicida e São terem desaparecido, a 18 de maio. Desde abril que estava de regresso à moradia que tem no Cercal, a um quilómetro de casa de Jair, onde vivia sozinha durante os meses de primavera e verão. “Andava com medo que ele entrasse lá para dentro. Por isso, ontem [anteontem], a minha nora foi lá ter com ela, ver como estava e ver se havia ali algum vestígio”, contou ao JN António.
Ao fundo do extenso jardim da habitação, explica António, “começaram a ver umas botas e umas sacas”. “E quando a minha nora se chega um bocadinho à frente, vê-o deitado. Pareceu-lhes que estava a dormir”, adiantou. No local, havia também mantimentos e uma garrafa de água.
Sem fazer barulho, as duas mulheres terão saído de casa e ido, de carro, ao posto da GNR de Oliveira do Bairro, onde denunciaram o fugitivo. De imediato, uma patrulha deslocou-se ao local, encontrando-o no jardim, cercado por muros altos. “Algemaram-no e perguntaram-lhe: então, mataste a mulher? Mas ele nunca respondeu”, recordou uma testemunha.