Imigrantes pagavam até 200 euros por beliche em cave de bazar no Porto
Autoridades fizeram inspeção em loja no centro do Porto e encontraram imigrantes a viver sem condições de salubridade. Estrangeiros pagam entre 150 e 200 euros para dormir amontoados em divisões sem janelas.
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Quem vê a montra e entra no interior da pequena loja, no centro do Porto, não desconfia que na cave está instalado um albergue ilegal, onde duas dezenas de imigrantes indostânicos vivem amontoados em beliches alugados. Mas o albergue ilegal foi descoberto pela PSP que, por lei, apenas pôde identificar os ocupantes e sinalizar a utilização indevida do espaço.
Há cabos elétricos defeituosos pendurados no teto, onde são visíveis marcas de bolor da humidade. Há também botijas de gás e fogão sem evacuação de ar, que coabitam com as duas dezenas de beliches e sacos de roupa. Foi este cenário de albergue ilegal que uma equipa de fiscalização da primeira divisão da PSP do Porto encontrou no passado dia 21 de maio, quando, no fundo de um bazar da Rua de Camões, procurou verificar o que havia na cave do estabelecimento. Alguns “inquilinos” foram surpreendidos pela visita da PSP no espaço, que deveria servir de armazém para a loja mas estava alugado a imigrantes, que pagam 150 a 200 euros por mês.