O homem detido por suspeita da autoria de oito fogos florestais no espaço de um mês e meio, em Braga, ateava-os sempre a seguir ao almoço, alegadamente, para se vingar de vizinhos e por sentir prazer em ver os bombeiros em ação, informou esta sexta-feira a Polícia Judiciária local.
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"Tudo indica que o arguido tinha o fascínio do fogo, de ver os bombeiros a atuarem e todos os meios de combate envolvidos, mas também mau relacionamento pessoal com quem estabelecia contactos", sintetizou o diretor interino da Polícia Judiciária de Braga, Rogério Magalhães.
O suspeito, de 50 anos, será o autor dos recentes crimes de incêndio florestal cometidos nas freguesias de Arentim e de Escudeiros, situadas na zona sul do concelho de Braga e onde foram atingidos pelas chamas cerca de doze hectares.
"Através de vigilância passivas, [o suspeito] foi visto nessa mancha florestal, provocando as ignições depois do almoço, em período do dia em que há mais perigosidade de progressão dos incêndios", afirmou Rogério Magalhães, sublinhando que os fogos puseram "em perigo as pessoas e as suas habitações, bem como diversas instalações fabris e industriais".
Reformado por invalidez
O arguido é casado e está reformado, por invalidez, depois de um acidente enquanto operário da construção civil. Reside em Arentim, uma das freguesias que foi mais afetada pela vaga de incêndios florestais, cometidos entre os dias 19 de julho e 4 de setembro. A zona afetada já tinha sido fustigada por fogos em 2023.
Rogério Magalhães destacou a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução de Ignições em Espaço Rural da Zona Norte, criado no ano de 2017, integrando elementos da PJ, da GNR e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
