Polícia Judiciária deteve dois homens por incêndio florestal. Um deles usou chamas para "empurrar" animais para armadilhas, outro queria terrenos limpos.
Corpo do artigo
Um homem de 48 anos ateou dois fogos para caçar javalis através de armadilhas que, previamente, tinha montado em locais estratégicos. Os incêndios no concelho de Ponte da Barca destruíram cerca de 15 hectares de floresta. Também em Celorico de Basto, um homem de 68 anos queimou intencionalmente uma vasta área de terreno. O objetivo era, para além de efetuar a limpeza de terrenos agrícolas e florestais e renovar o pasto, afugentar animais selvagens. Ambos foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ).
O primeiro caso ocorreu na semana passada, em Ponte da Barca, quando o detido montou armadilhas para caçar javalis e, em seguida, ateou dois incêndios com o intuito de, durante a fuga às chamas, estes animais ficassem presos nos laços colocados nas proximidades. Num dos fogos foram destruídos cinco hectares de floresta e terreno inculto, enquanto no segundo ardeu o dobro da área. "Se os incêndios não tivessem sido rapidamente combatidos pelos bombeiros e populares, com o auxílio de meios aéreos, ter-se-iam propagado a uma área adjacente coberta por um vasto manto vegetal composto por espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, assim criando perigo real e concreto para as populações ali residentes, para o seu património e para o ambiente", refere a PJ.
Já numa freguesia de Celorico de Basto, o fogo teve lugar em dois dias distintos, também da semana passada. "Nesses dias, registavam-se altas temperaturas, baixa humidade relativa e algum vento, gerando condições ideais para a propagação do fogo. Não fosse a intervenção imediata dos populares e dos bombeiros, os incêndios ter-se-iam propagado a toda a vasta mancha florestal envolvente, colocando em perigo pessoas, habitações, outros bens patrimoniais e a natureza", descreve a Judiciária.
O autor destes incêndios é um sexagenário, que pretendia, através das chamas, afugentar animais selvagens, efetuar a limpeza de terrenos agrícolas e florestais e renovar os pastos.
Os dois detidos serão, nesta quarta-feira, levados a tribunal para serem interrogados pelo juiz. No final, ficarão a saber as medidas de coação aplicadas.