Luís Araújo, inspetor da ASAE na Unidade Regional do Norte negou em tribunal, esta terça-feira, ser a figura que apareceu, com imagem e voz distorcidas, num programa exibido em 2019, na TVI, da autoria da jornalista Ana Leal, onde foram abordadas suspeitas de corrupção e favorecimento no seio da ASAE.
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Acusado de crimes de subtração de documento, acesso ilegítimo e violação de segredo por funcionário, o inspetor explicou que, em primeiro lugar, não tinha acesso aos documentos em causa - estariam apenas ao dispor de superiores seus.
O arguido disse que foi realmente contactado por jornalistas, nomeadamente da "Visão", a quem se mostrou indisponível para falar sobre assuntos da instituição. Quanto a Ana Leal, afirmou que fora por ela abordado, mas também declinara qualquer informação. Quando tinha alguma coisa a dizer sobre o serviço, fazia-o internamente, alegou.
Na sessão falou ainda um inspetor do "controlo interno" que não conseguiu apurar se fora realmente Luís Araújo a dar à jornalista os documentos em causa - "poderia ter sido ela a entrar na ASAE e apoderar-se deles", chegou a dizer.
A outra testemunha, uma superior hierárquica, disse-se convencida de que fora ele, parecendo-lhe que a sombra do entrevistado (nas imagens da TVI) se assemelhava ao arguido.