Inspetor diz que fuga ao Fisco de cabeleireira dos famosos ascendeu a 4,5 milhões de euros

No depoimento prestado no julgamento da empresária conhecida como "a cabeleireira dos famosos", Benjamim Monteiro, que entretantou deixou a AT para uma comissão de serviço na Procuradoria Geral da República, reafirmou o que estava no relatório final da AT assinado por si. Pela diferença entre os valores fiscalmente declarados e os valores que constavam num documento do computador de Ricardo Pereira, filho da cabeleireira e também arguido, "foi possível concluir que o valor aproximado da evasão fiscal será de cerca de 4,5 milhões de euros". Está em causa um período de sete anos, entre 2011 e 2018, e a atividade de uma dúzia de salões de cabeleireiro no Grande Porto. Esta fuga aos impostos representaria 1,8 milhões de prejuízo para o Estado.  

Fuga ao Fisco pagava Porsche e jantares  

A AT também concluiu que, desses mais de quatro milhões de euros, cerca de 1,7 milhões serviram para pagar salários “por fora” aos funcionários. Esta declaração corrobora o depoimento prestado por Inês Pereira e pelo seu ex-marido, Fernando Pereira, em sessão anterior do julgamento. 

Ainda segundo Benjamin Monteiro, a empresa Maxhair, detida pela família de Inês Pereira e também arguida no processo, foi criada “apenas para ser associada a uma conta, para onde ia dinheiro não declarado”. Dessa conta bancária, explicou, foram emitidos cheques que foram levantados em dinheiro, a maioria das vezes, por Inês Pereira.

O cartão bancário associado àquela sociedade também foi usado para despesas pessoais, como a prestação mensal de 900 euros relativa a um automóvel Porsche 911, de uma filha da cabeleireira também arguida, bem como “almoços e jantares que coincidiam com datas de aniversário dos membros família Pereira”, em valores que chegaram aos 500 euros, relatou Benjamim Monteiro 

O julgamento continuará em 15 de novembro.