A PSP deteve um homem e uma mulher, com 28 e 31 anos, respetivamente, fortemente indiciados por simulação de crime e burla a seguros, em Queluz e na Amadora. O suspeito queixou-se de que lhe haviam roubado uma coluna de som e a mulher de que haviam assaltado o seu companheiro para levar o telemóvel.
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A detenção ocorreu, na passada sexta-feira, quando o detido se deslocou à Esquadra de Queluz com intuito de denunciar um roubo, com recurso a arma branca por parte de três indivíduos, da sua coluna avaliada em 120 euros.
"Para o efeito", revela a PSP esta quarta-feira, "fez-se acompanhar da respetiva fatura e dos dados de seguro do bem subtraído", mas, "pelos circunstancialismos descritos dos factos denunciados, confrontado com várias imprecisões e incoerências durante as suas declarações", o homem confessou que teria deixado a coluna em cima da sua viatura e que alguém havia furtado, situação que não se encontra coberta pelo seguro contraído por si.
E, assim, deslocou-se a uma esquadra a fim de denunciar uma situação que não aconteceu por forma a ser ressarcido do valor da coluna.
No dia seguinte, na Amadora, uma mulher apresentou denúncia na Esquadra São Brás, alegando que quatro jovens abordaram o seu companheiro e, com um esticão, se apoderaram de um telemóvel de sua propriedade.
"Foram desencadeadas diligências para despistar a narrativa que permitiram apurar que os factos não eram verdadeiros, descortinando-se uma série de indícios que concorreram para um cenário falseado, repleto de incongruências e de debilidades factuais, apurando-se que o objecto supostamente roubado tinha sido extraviado e que o falseamento dos factos visava accionar o seguro para efeitos de indemnização", revelou a PSP.
Dezenas de detenções
A este propósito a Polícia recorda que tem procedido à detenção em flagrante delito e à constituição de arguido de "dezenas de cidadãos pela prática de simulação de crime, na sua esmagadora maioria relacionado com a simulação de roubos de equipamentos eletrónicos, geralmente telemóveis, no sentido de posteriormente ser acionado o respetivo seguro, para ressarcimento indevido das alegadas perdas".
"É importante que os cidadãos tomem conhecimento", alerta a PSP, que "estes atos de simulação de crime são especialmente gravosos pelo crime em si de falseamento de declarações oficiais, pelo esforço processual inútil que provoca junto das autoridades policiais e judiciais, , pelo injustificado sentimento e perceção de insegurança que causa na população e porque impulsiona um balanceamento erróneo do dispositivo policial para locais onde efetivamente não são cometidos crimes/roubos, o que naturalmente prejudica a segurança de toda uma comunidade, que a PSP pugna por continuar a garantir".
Os detidos foram libertados e notificados para comparecerem em Tribunal.