IPO do Porto pagou avião, chofer e horas extras para médico trabalhar em Faro
Ex-presidentes do IPO Porto e do Centro Hospitalar do Algarve acusados de simular adjudicação para suportar despesas de radioterapeuta. Ministério Público exige 95 mil a Laranja Pontes e ex-bastonário do médicos, Pedro Nunes.
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Simularam ajustes diretos para remunerar as horas de serviço de um médico radioterapeuta, bem como as suas deslocações, que eram feitas de avião mas pagas ao quilómetro, entre o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e o Centro Hospitalar do Algarve (CHUA), onde o especialista tinha chofer para o levar do aeroporto ao alojamento, também oferecido à custa do erário público. É por estes factos que os ex-presidentes do IPO, Laranja Pontes, e do CHUA, Pedro Nunes, que foi bastonário da Ordem dos Médicos, foram acusados de participação económica em negócio, branqueamento de capitais e falsificação. O Ministério Público (MP) reclama-lhes mais de 95 mil euros.
Em 2015, o CHUA, sediado em Faro, carecia de médicos oncologistas especialistas em radioterapia. Em vez de recorrer à contratação legal, diz o MP que Laranja Pontes e Pedro Nunes acordaram angariar médicos do IPO para prestar serviços no Algarve e oferecer-lhes “contrapartidas proibidas por lei”.