O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, começou a ser escutado há quatro anos no âmbito da investigação da Operação Influencer, que levou à queda do primeiro-ministro António Costa.
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A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo semanário “Expresso”, que afirma que o antigo ministro, um dos arguidos do processo, foi posto sob escuta em 2019, ou seja, logo após a abertura da investigação.
No entanto, as escutas podem não ter sido feitas de forma contínua. Não sendo por isso ilegal, o procedimento constitui, segundo juristas contactados pelo mesmo jornal, “um abuso da Justiça”.
O processo conta já com 23 volumes, cada um deles com cerca de 250 páginas, entretanto já disponíveis para consulta das defesas. Ainda assim, salta à vista, de acordo com o semanário, 116 envelopes contendo CD e pen-drives com as interceções telefónicas autorizadas pelo juiz de instrução.
No total, há nove arguidos no processo, incluindo o ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.
A investigação da Operação Influencer tornou-se pública com a operação realizada a 7 de novembro pelo Ministério Público (MP), que envolveu 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas: o ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, os administradores da empresa Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas.
Esta investigação motivou a abertura de um inquérito conexo junto do MP no Supremo Tribunal de Justiça, relacionado com escutas de conversas entre arguidos que envolverão o primeiro-ministro demissionário, António Costa.