O ex-primeiro-ministro José Sócrates chegou, esta quinta-feira, "confiante" ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, para o seu quarto dia de interrogatório na instrução da Operação Marquês, destinada a apurar se existem indícios suficientes para o processo seguir para julgamento e, se sim, em que termos.
Corpo do artigo
O antigo governante socialista (2005-2011) está acusado, no total, de 31 crimes de corrupção, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
Desde segunda-feira, Sócrates já respondeu, em mais de 15 horas de interrogatório à porta fechada, a questões do juiz Ivo Rosa sobre a relação entre o Grupo Espírito Santo e a Portugal Telecom, a Caixa Geral de Depósitos e o crédito ao empreendimento de Vale do Lobo (considerado ruinoso para o banco público), o concurso para a concessão da obra do TGV no troço Poceirão-Caia, o alegado favorecimento do grupo Lena nas relações com a Venezuela e as quantias utilizadas no arrendamento de um apartamento em Paris, capital francesa, para a sua ex-mulher e filho residirem, entre outros assuntos.
O ex-primeiro-ministro tem dito sempre que é inocente.
A Operação Marquês conta, no total, com 28 arguidos, a quem o Ministério Público imputou, ao todo, 188 crimes.