José Sócrates queixa-se de "humilhação gratuita" e promete "desmentir falsidades"
O ex-primeiro-ministro, José Sócrates, classifica de "absurdas, injustas e infundamentadas" as acusações que lhe são dirigidas no âmbito do processo de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, afirmando que o caso "tem também contornos políticos".
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Numa carta de oito parágrafos, enviada às redações dos órgãos de comunicação social, o ex-primeiro-ministro queixa-se de "humilhação gratuita", promete "desmentir as falsidades" que lhe são apontadas e "responsabilizar os que as engendraram".
José Sócrates, que responde no âmbito de um processo por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, responsabiliza o Ministério Público pela acusação, que diz ter "também contornos políticos.
"A minha detenção para interrogatório foi um abuso e o espetáculo montado em torno dela uma infâmia", sustenta o ex-chefe do Governo entre 2005 e 2011.
O ex-primeiro-ministro do Partido Socialista afirma que ao fim de cinco dias "fora do mundo", decidiu, em "legítima defesa", comunicar que as acusações de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais são "absurdas, injustas e infundamentadas".
Sócrates garante que vai "conforme for entendendo", "desmentir as falsidades lançadas" e responsabilizar "os que as engendraram".
O ex-líder socialista queixa-se da "humilhação gratuita" que sofreu com a decisão do juiz Carlos Alexandre de o colocar em prisão preventiva, uma medida de coação que considera ser "injustificada".
Sócrates afirma mais à frente que descobriu "uma lição de vida" sobre o poder: "verdadeiro poder - de prender e de libertar".
"Este é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido", afirma, referindo também a solidariedade que tem recebido nos últimos dias e pede para que o PS não seja envolvido.
"Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e prejudicaria a Democracia", diz Sócrates.
"Este processo só agora começou", conclui o ex-primeiro-ministro preso em Évora.