Uma técnica de reinserção profissional do Centro Educativo Santo António, no Porto, foi agredida, no domingo, por um utente, de 15 anos.
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A funcionária foi atingida na cara com um murro e, para o Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (SinDGRSP), este episódio violento é mais uma prova da falta de recursos humanos numa carreira sem promoções e na qual se ganha os 760 euros do ordenado mínimo nacional.
O caso teve lugar na tarde de domingo, quando oito utentes estavam na sala de convívio do Centro Educativo de Santo António. Entre os jovens havia utentes colocados no regime fechado e, portanto, impedidos de sair das instalações, misturados com outros que beneficiam do regime semiaberto, o que, diz o presidente do SinDGRSP Miguel Gonçalves, é proibido. Mesmo assim, o grupo estava vigiado por dois técnicos e um deles tentou impor a ordem, numa altura em que os jovens estavam mais exaltados.
Nessa ocasião, a funcionária foi agredida. “Foi atingida com um soco na cara por um utente com 15 anos”, revela Miguel Gonçalves.
Contratações anunciadas não foram concretizadas
O presidente do SinDGRSP manifesta solidariedade à trabalhadora e assegura que o sindicato está disponível para “dar todo o apoio que esta necessitar”. Miguel Gonçalves afirma, ainda, que este episódio violento “prova, mais uma vez, que faltam profissionais nos centros educativos”.
Lembra, ainda, que a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, anunciou, em junho deste ano, a admissão de 105 técnicos profissionais de reinserção social e que a contratação destes profissionais foi aprovada pelo colega das Finanças Fernando Medina. No entanto, complementa, o concurso continua por abrir.
“E mesmo com esse concurso aberto, as expetativas de atrair funcionários é muito baixa, porque estamos a falar de uma profissão sem promoções desde que foi criada e na qual se ganha o salário mínimo nacional de 760 euros”, critica o dirigente sindical.