Jovem de 17 anos em estado grave após ser atirada contra porta de vidro pelo ex-namorado
Uma jovem, de 17 anos, deu entrada em estado grave no Hospital de São João, no Porto, após ter sido violentamente agredida e empurrada contra uma porta de vidro pelo ex-namorado e a atual companheira deste, de 21 e 18 anos, respetivamente, junto à Escola Profissional Raul Dória, localizada na Praça da República.
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O caso ocorreu no dia 19 quando, por motivos ainda não concretamente apurados pelas autoridades policiais, o casal de namorados foi até à instituição de ensino onde estudava a vítima. Ali, informou esta quinta-feira a PSP, “em comunhão de esforços”, os dois perseguiram e agrediram a jovem com vários murros na cabeça. Também lhe puxaram o cabelo e empurraram-na contra uma porta de vidro.
Os estilhaços causados pela quebra da porta cortaram e perfuraram a menor, que teve de ser imediatamente assistida no local. Em seguida, foi transportada para o Hospital de São João, onde seria submetida a três cirurgias de urgência devido ao estado grave em que se encontrava. O JN apurou que, uma semana após a agressão, mantém-se internada, apesar de não correr perigo de morte.
Perigoso e violento
Os suspeitos, residentes nas cidades do Porto e da Maia, foram detidos no sábado seguinte, dia 21, por polícias da Divisão de Investigação Criminal da PSP do Porto, no âmbito de um processo de violência doméstica e na sequência de um mandado de detenção e condução emanado pela magistrada do Ministério Público.
Mas só na segunda-feira, dia 23, foram apresentados a primeiro interrogatório judicial, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para aplicação de medidas de coação.
O jovem, considerado pelas autoridades como perigoso e muito violento, ficou sujeito à medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva. Já a namorada terá de se apresentar diariamente perante as autoridades policiais da sua área de residência.
Crime preocupa
Esta quinta-feira, a PSP ligou este episódio ao fenómeno da “violência no namoro”. Sobre este tema, e a propósito do Dia dos Namorados, celebrado em fevereiro, esta força de segurança divulgou que, em cinco anos, registou 9923 denúncias relacionadas com este crime.
Na mesma altura, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima referiu que, em 2024, apoiou 1023 vítimas de violência no namoro, 322 dos quais pediram ajuda enquanto mantinham a relação amorosa. Eram, na maioria, mulheres.
Já a GNR registou, no ano passado, 1592 crimes de violência no namoro, mais 95 do que em 2023.