O alegado incendiário de Barcelos ficou em prisão preventiva, depois de ouvido, na manhã deste sábado, no Tribunal de Braga. Foi detido pela PJ, que lhe atribui a autoria de seis incêndios florestais.
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A circunstância de se tratar de um jovem com tendências incendiárias contribuiu ainda para a aplicação da medida de coação mais pesada ao arguido, de 26 anos, operário da construção civil, natural e residente em Roriz, freguesia do concelho de Barcelos. Segundo decisão do juiz de turno no Palácio da Justiça de Braga, a preventiva justifica-se, ainda, tendo em conta os fortes indícios recolhidos pela Polícia Judiciária de Braga, bem como o perigo de eventuais reincidências, para além do risco agravado de incêndios florestais que se vive neste período do ano.
A Polícia Judiciária de Braga deteve, fora de flagrante delito, o jovem de Barcelos, presumível autor de cinco crimes de incêndio florestal, ateados entre maio e outubro de 2022. É também suspeito de um sexto fogo posto, no dia 8 de julho deste ano; todos cometidos na freguesia de Roriz, do concelho de Barcelos.
"Durante aquele período de tempo, a freguesia de Roriz foi sistematicamente atingida por uma onda simultânea de incêndios florestais, causando alerta entre a população local", refere a Polícia Judiciária de Braga.
"Face ao sucedido, a Polícia Judiciária de Braga realizou diversas ações de investigação, as quais resultaram na identificação de um indivíduo de 26 anos de idade, operário da construção civil, o qual, movido pelo fascínio do fogo, procedia a inúmeras ignições em espaço florestal", acrescenta a PJ. "Crê-se que o arguido seja responsável por vários incêndios lavrados em Roriz, no último ano", ainda de acordo com as informações oficiais da PJ.
"Os vários locais onde os incêndios ocorreram situam-se em zonas com condições de propagação a manchas florestais de grandes dimensões, gerando enorme risco, potencialmente alimentado pela carga combustível ali existente e pela orografia própria da região, o que se traduziu em elevadíssimo perigo concreto para as pessoas, para os seus bens patrimoniais e para o ambiente", salienta a Polícia Judiciária de Braga.
"As diligências realizadas permitiram a recolha de vasto acervo probatório e levaram à detenção fora de flagrante delito do arguido, o qual foi este sábado de manhã presente à autoridade judiciária competente para primeiro interrogatório judicial e a aplicação das respetivas medidas coativas, tendo sido determinada a sua prisão preventiva, que é a mais gravosa prevista pelo Código de Processo Penal.