Pela primeira vez na história da Polícia Judiciária (PJ) do Porto, a direção é assumida por um elemento da instituição, que até então foi sempre liderada por magistrados do Ministério Público ou juízes. Pedro Machado que tomou posse esta quinta-feira como diretor da Diretoria do Norte da PJ, quer mais celeridade na conclusão das investigações de crimes de colarinho branco. O mesmo objetivo é assumido pelo Diretor Nacional, Luís Neves, que realçou a recente admissão de novos inspetores e peritos para concretizar o propósito.
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"Há um grande obstáculo para que estas investigações sejam mais céleres. Tem que ver com as perícias informáticas e digitais que estavam muito atrasadas. Também as contabilísticas e financeiras. Toda a criminalidade economico-financeira tem, a montante, uma necessidade profunda de análises de dados e de informação", explicou Luís Neves que realçou a contratação de 65 peritos "porque uma investigação não pode estar dois, três ou cinco anos à espera de uma perícia. Isso mata a investigação".
O novo diretor da diretoria do Norte, que tem como número dois, a coordenadora Helena Monteiro, está alinhado no objetivo de diminuir as pendência das investigações. "Naturalmente que vamos fazer mais e melhor. Vamos procurar trabalhar com a mesma determinação em todas as áreas da Polícia Judiciária. Iremos tentar dar uma resposta, tanto quanto possível, mais célere. E esse será o ponto em que procurarei focar-me. Em menos tempo concluirmos as investigações, sobretudo naquelas áreas tradicionalmente mais complexas, em que as investigações são mais morosas que são as áreas da corrupção e da criminalidade economico-financeiras. Já estamos a fazê-lo e temos vindo a reforçar meios nestas áreas", disse Pedro Machado que foi, nos últimos 14 anos, diretor adjunto da PJ do Porto.
A experiência na liderança da diretoria do Norte é uma das características de Pedro Machado que o diretor nacional valorizou: "A importância de ter um elemento da Polícia Judiciária de carreira da liderança é ter um profissional que perceba das linhas mestre da investigação e da organização. Estas duas pessoas, o doutor Pedro Machado e a sua sub-diretora doutora Helena Monteiro, revertem isso. Qual é a vantagem? Conhecem a organização, conhecem as pessoas, conhecem as dificuldades e os obstáculos. Por isso, há essa mais valia nesta perspetiva", disse Luís Neves que ainda fez questão de elogiar a cooperação entre forças e serviços de segurança, PSP, GNR e SEF, que "tem dado um importante contributo para melhor servir as pessoas".