Juiz põe em prisão preventiva homem que matou vizinho por causa de terreno em Baleizão
Um juiz de Beja decidiu, esta sexta-feira à tarde, pôr em prisão preventiva o homem que, na quarta-feira, matou com dois tiros de caçadeira um vizinho com quem partilhava uma terra para pastoreio de ovinos, na adeia de Baleizão.
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António Beldroegas, conhecido por “Pantorrinhas”, de 67 anos, foi ouvido na manhã desta sexta-feira por um juiz de instrução criminal do Tribunal de Beja, que lhe decretou a medida de coação mais gravosa.
Segundo apurou o JN, o homicida está indiciado da autoria de um crime de homicídio simples, que vitimou Valdemar Matoso, de 54 anos, que tem uma moldura penal entre 8 e 16 anos de prisão. O arguido vai aguardar o desenrolar do processo no Estabelecimento Prisional de Beja.
Uma dezena de familiares da vítima aguardaram a saída do homicida do tribunal para fazerem justiça pelas próprias mãos. Valeu a intervenção dos três inspetores da PJ que evitaram as agressões, tendo a viatura da polícia, que ainda foi alvo da ira dos populares, arrancado do local com o preso no seu interior.
Recorde-se que, na tarde de quarta-feira, os dois homens apascentavam os seus rebanhos na propriedade de uma terceira pessoa, situada a cerca de dois quilómetros de Baleizão, tendo discutido pela eventual aquisição do terreno, que é confinante com os espaços agrícolas de que são proprietários.
Não tendo gostado da conversa, “Pantorrinhas” meteu-se na sua carrinha de caixa aberta foi a casa, trouxe uma caçadeira e ao chegar ao local abateu Valdemar com dois tiros.
O alerta foi dado pelas 16.45 horas de anteontem, sendo que, quando a GNR chegou ao local do crime, já não encontrou o homicida. No lugar, além do corpo da vítima, o veículo do suspeito e a arma do crime. Beldroegas foi a pé para a aldeia, pediu boleia e entregou-se no posto da GNR de Beja, tendo depois passado para a alçada da Polícia Judiciária de Faro.
À propriedade onde ocorreu o crime ocorreram os Bombeiros de Beja e a equipa médica da VMER do hospital da cidade, que se limitaram a confirmar o óbito de Valdemar Matoso. A vítima, casado, pai de dois filhos, estava ligado à construção civil, mas nos últimos tempos tinha adquirido uma propriedade rural e um rabanho de ovinos, atividade a que se dedicava nas horas vagas.