A juíza de instrução criminal de Braga decidiu, esta terça-feira, mandar julgar José Carvalho, de 34 anos, residente em Sande, Guimarães por crime de homicídio qualificado no caso da morte de Fernando Ferreira, conhecido como “Conde".
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José Carvalho, que tinha uma pequena fábrica de peúgas, à data do crime, em 2020, e confessou o seu envolvimento no homicídio quando foi detido pela Secção Regional de Combate ao Terrorismo e Banditismo da Polícia Judiciária (PJ) do Norte. Está em prisão preventiva, na cadeia de Braga,
Aquando da sua detenção, em 16 de fevereiro deste ano, José Carvalho nomeou dois amigos que se encontravam nas imediações da Praia Fluvial de Briteiros, na zona das Taipas, mas não intervieram no crime.
Por essa mesma razão, e porque não foram recolhidos quaisquer indícios comprometedores relativamente a esses dois amigos, ambos serão só ouvidos como testemunhas, aquando do segundo julgamento.
O caso, que teve como principal protagonista o antigo empresário da noite António Silva, de 73 anos, conhecido como “Toni do Penha” já foi julgado, tendo este sido absolvido do crime de homicídio pelo qual estava acusado, mas condenado a sete anos de cadeia pelo crime de abandono ou exposição de cadáver. Outros dois arguidos, Hermano Salgado e Pedro Ribeiro foram absolvidos e já não serão arguidos no novo julgamento que o Tribunal da Relação mandou fazer.
“Tony do Penha” esteve preso mas foi libertado por ter atingido o limite máximo de dois anos de prisão preventiva, já depois da primeira condenação.
O móbil do crime foram as desconfianças de “Tony do Penha” de que Fernando Ferreira tivesse algo a ver com o alegado furto de cerca de 145 mil euros de casa do antigo empresário da noite, o que nunca se confirmou.
Ainda a questão da autópsia
No despacho de pronúncia, a juíza de instrução criminal de Braga, Carla Maia, considerou que o facto de a autópsia ter dado como indeterminada a causa da morte, por si só, não ilibaria José Carvalho.
A magistrada socorreu-se das próprias declarações do arguido que, aquando da reconstituição do crime, com inspetores da Diretoria do Norte da PJ, confirmou ter participado ativamente com “Tony do Penha”, no “ajuste de contas”.
No seu despacho de pronúncia, a juíza de instrução criminal considera que José Carvalho era “um homem de mão” do antigo empresário na emboscada montada para “dar um aperto” a Fernando Ferreira.
O procurador do Ministério Púbico, Ramiro Santos, colocado junto do Tribunal de Instrução Criminal de Braga, tinha pedido nas alegações finais da instrução a pronúncia do arguido por crime de homicídio.