Juízas e procuradoras em maioria 50 anos depois de abolida "injustiça histórica"
Decreto-lei que permitiu acesso de mulheres à magistratura foi publicado em junho de 1974. Homens são mais numerosos nos tribunais do topo da hierarquia, incluindo o Constitucional
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Quando, fez esta semana 50 anos, o I Governo Provisório saído da Revolução dos Cravos decidiu permitir o ingresso de mulheres na magistratura, havia uma candidata à espera de cumprir “um sonho” antigo. Cândida Almeida, então com 25 anos e formada em Direito, até já tinha arranjado um emprego efetivo em Lisboa, mas não hesitou em “abandonar tudo” e mudar-se para Grândola, tornando-se assim a primeira magistrada do Ministério Público do país.
Meio século depois, o panorama na magistratura portuguesa não podia ser mais distinto. Dos 3620 juízes e procuradores que, a 31 de dezembro de 2023, exerciam funções nos tribunais e serviços do MP, 2435 eram mulheres, mais de 65% do total.