A mulher que foi condenada a 16 anos de prisão por matar o filho à facada, depois de chegar a casa, no Vale da Amoreira, e ver a desarrumação em que este a deixara, vai voltar a tribunal. A defesa sempre pediu que Maria Odete Ramos, de 52 anos, fosse sujeita a perícia psiquiátrica, por considerar que era inimputável.
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Mas a realização do exame médico-legal foi rejeitada pelo Tribunal de Almada. Depois da condenação da mulher, em janeiro deste ano, a defesa interpôs recurso, a que o Tribunal da Relação de Lisboa respondeu agora, anulando o acórdão de primeira instância. Os desembargadores lembraram que a arguida tinha sido acompanhada em psiquiatria, fora-lhe diagnosticada uma depressão (após a morte de um filho por afogamento), apresentava uma personalidade com traços “borderline” e já tentara o suicídio duas vezes. “Existe, pelo menos, uma dúvida razoável quanto à sua saúde mental e interferência que a mesma possa ter exercido no momento da prática do facto”, concluíram, sustentando que a dúvida só “pode ser removida através da realização da perícia médico-legal de psiquiatria”.