Acesso remoto ao Citius lidera dificuldades apontadas por juízes que estão em teletrabalho devido à pandemia. Adiadas quase 90% das diligências no setor.
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A maioria dos juízes que está em teletrabalho devido à Covid-19 admite levar "mais tempo" a realizar as mesmas tarefas que executava presencialmente nos tribunais.
Um dos principais motivos é a dificuldade com que os magistrados judiciais se deparam no acesso remoto aos processos em suas casas. Parte admite mesmo ser difícil ou muito difícil aceder ao Citius - a aplicação de gestão processual da Justiça.
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A avaliação às já mais de duas semanas de diminuição da atividade nos tribunais consta num relatório preliminar sobre questões que a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), liderada por Manuel Ramos Soares, enviou aos juízes de primeira instância e dos tribunais de recurso, judiciais, administrativos e fiscais.
O objetivo do inquérito, a que o JN acedeu, passa por por sinalizar "a forma como está" a correr e os "principais constrangimentos".
Receios pela saúde
Quase 90% dos inquiridos admitiram que trabalhou cinco ou mais dias em casa, quer em processos urgentes e não urgentes, com as referidas dificuldades de acesso.
Ainda assim, houve quem tivesse de ir aos tribunais. Essas deslocações, na maioria das vezes (52%), foram para consultar processos, para o adiamento de despachos (33,3%) ou julgamentos (26,3%).
Sobre as diligências presenciais nos tribunais, 75% juízes admitiram que recearam pela sua segurança e saúde.
Mas mais foram os que disseram temer pela saúde dos outros intervenientes (78,6%), até porque ouviram destes queixas sobre a falta de condições.
A grande parte dos queixosos foram funcionários judiciais, advogados e magistrados do Ministério Público. Só 13,5% dos arguidos disseram estar com receio