Um homem de 44 anos começa a ser julgado esta quarta-feira em Santarém por violação agravada, sequestro agravado, violência doméstica, e ofensa à integridade física grave, entre outros crimes. Em março do ano passado, por ciúmes, terá atacado, violado e torturado a ex-mulher, que pretendia o divórcio.
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O caso de contornos macabros ocorreu a 18 de março de 2024, na zona de Tomar. O homem, camionista de profissão, levou a mulher, cabeleireira de 42 anos, até perto da barragem de Castelo de Bode, na Atalaia. Nesse local isolado, agrediu-a e violou-a, enquanto a ofendia e filmava tudo com o telemóvel. Depois, amarrou-a e levou-a até casa, em Paialvo, onde as agressões escalaram, ganhando especiais requintes de malvadez.
O camionista arrancou os brincos das orelhas da cabeleireira e rapou-lhe o cabelo, as sobrancelhas e as pestanas. Depois, para a impedir de continuar a trabalhar, amputou-lhe um dedo com uma tesoura de poda. No final, chamou o 112 e colocou-se em fuga. Viria a ser capturado pela GNR que o entregou à Polícia Judiciária. Dada a gravidade das lesões, a mulher teve de ser internada no Hospital de São José, em Lisboa.
Ao que o JN apurou na altura, o suspeito já tinha um histórico de violência doméstica, com maus tratos, agressões e ameaças com arma de fogo. Em 2011, fora mesmo condenado a pena suspensa e a medidas de "socialização" que o obrigaram, nomeadamente, a cumprir um programa de prevenção deste tipo de crime. A mulher perdoou-o e relatou a relação. Todavia, pouco antes das agressões, ter-se-á arrependido e pediu o divórcio, o que poderá ter intensificado os episódios de violência.
O arguido, que está em prisão preventiva, foi entretanto acusado de vários crimes e começa a ser julgado esta quarta-feira no Tribunal de Santarém.