“Vi o João engalhado com o de cabelo amarelo”, contou esta quinta-feira José Pereira, segurança do bar Matriz, em Famalicão, no julgamento que senta no banco dos réus os primos Nelson e Licínio pela morte do empresário José Ferreira e por ferirem João Araújo.
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José Ferreira morreu esfaqueado à porta do seu bar e o gerente, João Araújo, ficou ferido, em fevereiro de 2023, depois de uma contenda com os arguidos Nélson, que está acusado de homicídio qualificado, e Licínio que responde por homicídio tentado.
Ontem, o segurança contou que ouviu um copo a partir-se e foi para o local onde estavam os arguidos, as namoradas e um grupo de brasileiros. “Já cá fora um deles saltou para cima do João e deu lhe um soco”, afirmou.
Ferreira estava no exterior e aproximou-se do gerente e de Nelson e Licínio. “Depois correram para o fundo da rua. Vi que eles estava engalhados e fui a correr”, disse o funcionário, sem revelar quem estava envolvido com quem.
Foram-lhe lidas as declarações que prestou à Polícia Judiciária (PJ), nas quais José Pereira explicou que Licínio estaria mais perto do João e que teria sido ele a agredi-lo. O segurança acabou por confirmar este último depoimento, alegando que na altura “estava tudo mais fresco”. Acrescentou que não viu Nelson a agredir ninguém.
Mas, esta não foi a única vez em que o tribunal teve de ler as declarações feitas pelas testemunhas à PJ na fase de inquérito, tantas as suas incongruências, imprecisões e faltas de memória.
De resto, Nelson também mudou a sua versão dos acontecimentos alegando, na fase de instrução, que tinha sido o s eu primo Licínio quem matou o empresário e depois lançou a faca para o monte. Licínio não prestou ainda, declarações perante o coletivo de juízes.