Autarca de São Pedro de France chamado para ajudar a encontrar família, que não terá posses para o enterro.
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O corpo de um homem, com cerca de 60 anos, está há mais de três semanas na morgue do Centro Hospitalar Tondela-Viseu porque não foi "reclamado", nem identificado pela família. Morreu na Urgência do hospital onde dera entrada depois de se ter sentido mal.
Como ninguém reclamou o cadáver, a Junta de Freguesia de São Pedro de France, em Viseu, teve que intervir, por temer que o indivíduo fosse sepultado fora da localidade por ordem do tribunal.
O presidente da autarquia diz ter sido contactado na passada sexta-feira por uma assistente social que não conseguia chegar à fala com familiares do morto. O homem, natural da aldeia de Outeiro, trabalhava num restaurante da cidade e vivia numa pensão.
Fernando Machado conta que primeiro conversou com um familiar do falecido que disse que "não tinha conhecimento de nada". "É uma família bastante carenciada e de fracos recursos. Ainda há pouco tempo foi ajudada pela Câmara na requalificação da casa, que é pequena, mas que está digna agora", refere o autarca, que não é candidato às autárquicas por limitação de mandatos.
Já outro elemento da família, que vive na zona do Bombarral, confessou ter sido abordado pelas autoridades, mas não se terá prontificado a resolver a situação. "A cunhada do falecido disse-me que tinha sido contactada pela GNR e que não podia fazer nada porque o marido estava muito doente", adianta.
Para que o corpo não continuasse mais tempo na morgue, o presidente da Junta de São Pedro do France decidiu ligar para o hospital, informando-se do que podia ser feito para "que o cadáver fosse libertado" de modo a ser "ultimado um funeral o mais digno possível no cemitério da freguesia". "Estando o caso em tribunal, poderia ter sido decidido - não sei se é assim que se processa -, que o homem fosse para uma vala comum num cemitério municipal e quisemos evitar isso", declara Fernando Machado.
A Junta comprometeu-se junto do hospital a reclamar o corpo e a contratar uma agência para realizar o funeral, que está previsto para quinta-feira, pelas 17 horas, no cemitério de São Pedro de France. A conta do serviço fúnebre deverá ser paga pela Segurança Social. A autarquia suportará os encargos com o coveiro.