Laboratório suspeito de falsificar centenas de análises de água pública
Polícia Judiciária de Vila Real fez 20 detenções e constituiu como arguidas mais 30 pessoas em Trás-os-Montes. Há indícios de adulteração de análises de amostras de água para evitar cortes de abastecimento ou fecho de serviços.
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O Laboratório Regional de Trás-os-Montes, que analisa a qualidade da água de consumo público para diversos municípios dos distritos de Vila Real e Bragança, é suspeito de ter adulterado, com a conivência de decisores públicos, centenas de resultados de amostras que continham bactérias impróprias para o consumo. Dirigentes e funcionários do laboratório, assim como assistentes operacionais, técnicos superiores e chefes de departamentos de empresas municipais foram detidos pela Polícia Judiciária de Vila Real, que também prendeu um vereador da Câmara de Vila Flor, suspeito de ter mandado fechar os olhos à má qualidade da água neste concelho. Há um total de 20 detidos.
Luís Manuel Policarpo, que tem o pelouro do Ambiente, é o único político detido, mas o JN sabe que existem suspeitas visando outros titulares de cargos autárquicos nesta operação da PJ de Vila Real. Ontem, foram feitas buscas em serviços municipais de Mirandela, Vila flor, Alfandega da Fé, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Mogadouro e também Macedo de Cavaleiros. Todos estes concelhos recorriam aos serviços do Laboratório Regional de Trás-os-Montes, que tem 50% de capitais públicos.