Diogo Lacerda Machado, o "melhor amigo" de António Costa, detido e libertado no âmbito do inquérito que levou à queda do Governo, já prestou a caução de 150 mil euros, aplicada pelo juiz de instrução criminal de Lisboa, Nuno Dias Costa.
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O homem que está no centro das suspeitas de tráfico de influência em torno do mega projeto de centro de dados de Sines vai recorrer junto do Tribunal da Relação, na tentativa das medidas de coação serem revistas.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o principal arguido da “Operação Influencer” prestou uma caução bancária que será substituída por uma hipoteca de um imóvel, dentro de pouco tempo. Apesar de cumprir as medidas de coação, Lacerda Machado tomou ontem a decisão de recorrer, após ter analisado a decisão do juiz com o seu advogado, Magalhães e Silva.
Vítor Escária, ex-chefe de gabinete de António Costa, também já revelou, via advogado de defesa, que iria recorrer.
Recorde-se que, aquando das buscas na residência oficial do primeiro-ministro, o Ministério Público encontrou 75800 euros, acondicionados em diversos envelopes e caixas de cartão de bebidas. O dinheiro, que o arguido alegou ser proveniente de serviços prestados em África, antes de exercer funções de chefe de gabinete, foi apreendido. Por tratar-se de uma alegada fraude fiscal, uma vez que este rendimento alegadamente lícito não foi declarado ao Fisco, será aberto um processo autónomo, à margem da “Operação Influencer”.
Este inquérito nasceu em 2019 e começou a uma investigação sobre suspeitas de corrupção e tráfico de influência envolvendo as concessões de exploração de lítio em Montalegre e Boticas, quando João Galamba era secretário de Estado da Energia.
O ministro das Infraestruturas, entretanto exonerado, passou a ser suspeito e colocado sob escuta. Do lítio, surgiram novas suspeitas sobre a exploração de hidrogénio em Sines, onde o espetro da investigação alargou-se a outros suspeitos, como o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente. Dali, a investigação evoluiu para o “Data Center” de Sines, que levou às buscas e detenções, na semana passada.