Um homem detido na quarta-feira de madrugada, quando assaltava uma escola de Vila Real, foi libertado por uma procuradora e, a seguir, regressou ao estabelecimento para perguntar pelo telemóvel que aqui perdera durante a arremetida criminosa. A Polícia estava na escola e voltou a levá-lo para a esquadra.
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De madrugada, a PSP de Vila Real foi alertada, graças ao alarme da Escola de Diogo Cão. Correndo para lá, surpreendeu em flagrante o assaltante, já com um saco cheio de artigos: uma máquina de café, uma varinha mágica, vários pares de botas e sapatilhas.
Conduzido à esquadra, o homem onde foi formalmente identificado e esperou que a procuradora do Ministério Público se pronunciasse. Ao início da manhã, embora informada que o suspeito estava em liberdade condicional após ter cumprido parte de uma pena por um crime de incêndio na mesma escola, mandou libertá-lo e notificá-lo para se apresentar, ainda na quarta-feira, no tribunal.
O homem, saído ao princípio da manhã da esquadra de Vila Real, rumou então à escola cujos muros escalara durante a madrugada. Aqui chegado, já as aulas decorriam, abordou um contínuo à porta. "Esta madrugada estive aqui a assaltar a escola e, sem querer, deixei cair o telemóvel. Posso ir buscá-lo?". O funcionário não acreditou no que ouvia. Havia entrado às 8 horas e nem sabia do assalto. Pensando tratar-se de uma brincadeira, pediu que repetisse. Ele repetiu. E o contínuo pediu que esperasse um instante, que ia falar com o diretor. Este estava na ala onde decorrera a tentativa de assalto, com investigadores da PSP. Posto ao corrente, o diretor e os policias deslocaram-se à entrada, onde o suspeito aguardava e repetiu o que ali o levara: "Estive cá esta madrugada e deixei cair o meu telemóvel. Posso ir buscá-lo?".
Quem respondeu foi um dos policias (à civil). "Faça obséquio", convidou, confirmando que realmente aparecera no local do crime um telemóvel. Que não lhe foi devolvido, antes apreendido para juntar aos indícios recolhidos na perícia efetuada ao local. O ladrão foi de novo conduzido à esquadra e ouvido, juntando os investigadores o estranho episódio ao primeiro auto.
Ameaçou incendiar esquadra
Ao que o JN apurou, o homem, à saída da esquadra, vociferou uma ameaça: "Quando isto acabar, venho cá pôr isto a arder", terá garantido.
A ameaça foi levada a sério, já que se trata do mesmo indivíduo que, em abril do ano passado, pela calada da noite, se introduziu na escola que agora tentou assaltar e pôs fogo à sala de professores.