Libertados suspeitos de associação criminosa e burla qualificada detidos em Alcobaça
A Polícia Judiciária (PJ) de Leiria deteve, esta quarta-feira de madrugada, dois homens, em Alcobaça, indiciados pela prática dos crimes de associação criminosa, burla qualificada e extorsão, que terão causado lesões patrimoniais estimadas em várias centenas de milhares de euros.
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O JN apurou que os suspeitos foram ouvidos esta quinta-feira em tribunal e ficaram proibidos de contactar as vítimas e sujeitos ao pagamento de cauções económicas.
“Os dois homens apresentavam-se junto de pessoas com idade mais avançada, e faziam-nas crer que eram empresários da área da construção e do ramo automóvel”, refere um comunicado de imprensa da PJ. “Aliciavam-nas a fazer investimentos avultados, com a promessa de retornos generosos, o que nunca veio a verificar-se. Quando as vítimas pediam o retorno do dinheiro investido, eram ameaçadas e coagidas pelos suspeitos”, acrescenta a nota.
As detenções dos dois suspeitos, de 56 e de 65 anos, ocorreram na sequência de três buscas domiciliárias realizadas num bairro social, próximo do cemitério de Alcobaça, onde, segundo um comunicado de imprensa da PJ, foram apreendidas duas armas de fogo, vários equipamentos informáticos utilizados para a prática das burlas, peças em ouro, três viaturas (duas delas de alta cilindrada), resultante dos proveitos da atividade ilícita.
Embora estes crimes decorressem desde 2020, o caso só começou a ser investigado pela PJ em abril de 2024, após uma denúncia, que “comprovou que os suspeitos, além de utilizarem vários tipos de artifícios fraudulentos, ludibriando as vítimas em hipotéticos negócios de construção e outros, recorriam, frequentemente, à coação e intimidação, tendo lesado um número ainda não determinado de vítimas”.
Fonte da PJ revelou ao JN que os detidos saíram hoje em liberdade, eram familiares, e já se dedicavam a atividades criminosas “há muito tempo”. Outra fonte policial confirma que os dois suspeitos têm antecedentes também ligados ao tráfico de droga, e residem num bairro social degradado próximo do cemitério de Alcobaça. Nem um, nem outro ofereceram resistência quando os agentes cumpriram um mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria.