Líder de grupo de extrema-direita detido por provocar imigrantes no Martim Moniz
O líder do grupo de extrema-direita Reconquista, Afonso Gonçlaves, foi detido, na tarde desta sexta-feira, por invadir um prédio na Rua do Benformoso, no Martim Moniz, em Lisboa, e realizar um discurso anti-imigração perante dezenas de imigrantes, que se preparavam para participar numa cerimónia religiosa.
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Depois de identificado na esquadra da PSP foi libertado.
É a própria Polícia que explica que Afonso Gonçalves e outro homem “escalaram, com a ajuda de um escadote, um prédio, colocando-se numa varanda no 1.º andar, onde exibiram tarjas e proferiram discurso contra a imigração, em língua portuguesa e em língua inglesa”. O caso aconteceu pelas 13.30, hora a que se verificava “uma elevada concentração de pessoas na Rua do Benformoso”, prontas “para aceder ao local de culto informal existente na Mouraria”.
Alertada, a PSP deslocou vários agentes para o local e estes, perante a informação do proprietário do prédio de que não tinha autorizado a “utilização do local pelos indivíduos”, ordenaram que Gonçalves e o parceiro saíssem do edifício.
Imigrantes não reagiram, diz PSP
Os dois membros do grupo de extrema-direita não obedeceram à ordem e foram “retirados coercivamente” da varanda pelos polícias. Em seguida, foram algemados e levados no carro-patrulha para a esquadra. Outros três homens suspeitos de terem auxiliado Afonso Gonçalves também foram transportados para a esquadra e identificados.
“A intervenção dos ativistas, a qual não foi comunicada às autoridades competentes, nos termos da lei, teve potencial para ser considerada provocatória, dado que foram efetuados relatos que os mesmos se manifestavam também contra o Islão. Todavia, não foram registados quaisquer comportamentos violentos por parte dos cidadãos que presenciavam a ação. Após a identificação no local e a condução à esquadra para diligências processuais, os indivíduos seguiram o seu destino”, descreve um comunicado da PSP.