Ex-membros de seita instalada em Oliveira do Hospital, que na última semana foi alvo de buscas policiais, lembram megalomania do líder. Saíram após investirem milhares de euros.
Corpo do artigo
Viveram alguns meses no chamado Reino do Pineal, em Oliveira do Hospital, pelo desejo de integrar uma comunidade, mas saíram por entenderem que aquele se estava a tornar um culto e que o seu líder, Martin Kenny (agora autointitulado Agua Akbal Pinheiro) se estava a tornar megalómano e manipulador. Ana Sofia e Vivien Galjart investiram alguns milhares de euros na comunidade, que esta semana foi alvo de buscas policiais, e conheceram o bebé que morreu. Lembram-se dele como um bebé saudável e não acreditam que tenha havido negligência dos pais.
“No início de 2021, o Pineal começou a mudar, de comunidade para reino. O Martin achava que a comunidade era muito pequena, queria uma coisa maior. Ele era uma estrela do YouTube e queria crescer”, entende Vivien Galjart, neerlandesa que deixou o seu país em setembro de 2020 para se juntar ao Pineal. Ao fim de seis meses, começou a questionar alguns métodos e, sobretudo, os desejos de soberania de Agua Akbal. “Ele chegou a dizer que queria ficar com a ilha do Pico. Queria ter 15 mil pessoas para ir para a ilha do Pico e ter mais do que a população que lá vive”, relata.