O alegado líder de uma rede de narcotraficantes detido pela Polícia Judiciária na Operação Cristal foi, esta terça-feira, presente a um juiz do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, sob fortes medidas de segurança do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais (GISP).
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O indivíduo, de nacionalidade espanhola e cujo nome e idade continuam em segredo, encontra-se em prisão preventiva desde o passado dia 28 de junho, na cadeia de alta segurança de Monsanto. Antes de ser detido, tinha-se mudado há algum tempo para Portugal, vivendo entre Lisboa e o Algarve. Foi detido na capital portuguesa.
Apontado pela Brigada de Investigação do Crime Organizado da Polícia Espanhola como “muito perigoso”, o arguido foi um dos oito detidos na operação da PJ que levou à apreensão de uma tonelada de cocaína num veleiro que navegava a norte dos Açores e que se viria a afundar.
Na altura, em conferência de imprensa, o diretor da Diretoria do Sul da PJ, Fernando Jordão, revelou que a investigação tinha começado três anos, no Departamento de Investigação Criminal de Portimão.
A Operação Cristal foi desencadeada em 21 de junho, com a interceção de um veleiro de 14 metros, pelos fuzileiros do Destacamento de Ações Especiais da Marinha, a cerca de 200 milhas náuticas (cerca de 316 quilómetros) a norte dos Açores. Foram detidos os dois tripulantes do veleiro que, depois de presentes às autoridades judiciais de Ponta Delgada, ficaram em prisão preventiva.
Em território continental, foram efetuadas diversas buscas domiciliárias, tendo sido detidos mais seis suspeitos, cinco dos quais no cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo Juiz de Instrução Criminal de Évora, que ficaram em prisão preventiva. A única mulher do grupo ficou em liberdade, mediante a obrigatoriedade de apresentações periódicas e proibição de se ausentar do país.
Na sequência das buscas, a PJ apreendeu no Algarve uma embarcação de recreio a motor que servia para o apoio e transbordo da droga, três viaturas, equipamento de comunicações, uma “significativa quantidade de numerário” e joalharia e ourivesaria “de elevado valor”, justificou a polícia.