A comerciante russa que terá sido insultada e ameaçada na sua loja por sete imigrantes ucranianos disse, na última audiência do caso, no Tribunal de Braga, que tem medo de ir trabalhar, apesar de reconhecer que, no episódio, ocorrido em 2022, não foi empurrada ou agredida.
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Os arguidos respondem por crime de incitamento ao ódio e à violência.
Depois de os arguidos terem saído da sala, por se sentir constrangida com a sua presença, Natalya Sverlova, disse que dois membros do grupo lhe chamaram “estúpida, fascista e p... de Putin” e que foi intimada a tirar da parede uma bandeira da antiga União Soviética. Garantiu que quando os viu entrar filmou tudo com o telemóvel “pois já sabia que ia acontecer alguma coisa”.
Bandeira soviética
Natalya explicou que tinha a bandeira na parede há mais de 15 anos, porque alguns clientes achavam “graça” sem que o fizesse por razões ideológicas: “dentro da minha loja não se discutia política”, a firmou.
A imigrante, hoje cidadã portuguesa, foi questionada pelos advogados de defesa dos arguidos, Miguel Brito e Rui Marado Moreira, que tentaram demonstrar que não houve agressões ou incitamento ao ódio”, conforme se demonstra no vídeo feito por um dos arguidos.
A acusação diz que, a 7 de março de 2022, para se vingarem da invasão russa de 24 de fevereiro, os ucranianos foram à loja, e disseram-lhe para “voltar para a sua terra”. Depois, publicaram um vídeo no Facebook, o que originou comentários de ódio de outros ucranianos.