Grupo terá desviado mais de 200 mil euros de cartões das vítimas e depois fez apostas desportivas que renderam prémios de 941 mil euros. Oito arguidos foram acusados de burla qualificada e vários outros crimes pelo Ministério Público do Porto que também pede o perdimento de mais de um milhão de euros.
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O grupo contava com a cumplicidade de um funcionários de uma empresa comunicações que lhes vendia informações confidenciais de clientes. Depois, ligavam para os números de telemóvel obtidos e, como tinham os nomes e NIF's dos titulares, convenciam-nos de que eram da WiZink. A seguir, pediam os códigos dos cartões, alegando que tinham de bloquear supostas operações fraudulentas em curso. Na realidade, usavam os códigos para carregar contas Revolut e efetuar pagamentos on line indevidos.
Para mascarar os rendimentos ilícitos, transferiam o dinheiros dos cartões Revolut para contas Betclic e depois para as suas contas bancárias. Ao todo, entre fevereiro de 2021 e maio de 2022, terão conseguido burlar, pelo menos, 60 titulares de cartões WiZink num total de 204 mil euros.
Apostaram verbas ilícitas e ganharam 941 mil euros
Os arguidos usaram parte destas verbas para fazer apostas on line que lhes renderam prémios de 941 mil euros. Por isso, o Ministério Pùblico requereu o "perdimento a favor do Estado da quantia global de €1.015.846,28 (correspondendo ao valor subtraído às vítimas, acrescido dos ganhos obtidos com a utilização de parte desse valor)", lê-se numa nota publicada pela Procuradoria Geral Distrital do Porto.
O núcleo duro do grupo era constituído por seis arguidos que foram agora acusados dos crimes de burla qualificada, acesso indevido agravado e branqueamento, e a dois deles, também dos crimes de falsidade informática. O funcionário da empresa de comunicações que lhes vendia as informações foi acusado de desvio de dados agravado e um oitavo arguido, que serviu de testa-de-ferro na abertura de contas Revolut, foi acusado de falsiade informática.
Um dos oito arguidos encontra-se sujeito à medida de coação de prisão preventiva e um outro está atualmente em cumprimento de pena á ordem de outro processo.