Arguido afirma que as vítimas se queixaram dele para se vingarem.
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O luso-canadiano acusado de violar e manter em cativeiro duas mulheres, no Algarve, negou esta terça-feira todas as acusações. Donald Fernandes, de 36 anos, está a ser julgado pelo Tribunal de Faro por dois crimes de rapto agravado, seis de violação, dois de ameaça agravada, dois de ofensa à integridade física qualificada e dois de furto.
O arguido tem cadastro pela morte a tiro de um homem no Canadá em 2003. Foi libertado após cumprir sete anos de cadeia, viajou para Portugal e instalou-se no Algarve. Segundo a acusação, entre maio e junho de 2009, Donald terá mantido sob sequestro uma mulher brasileira e outra britânica, em ocasiões distintas, nas casas que tinha em Boliqueime, no concelho de Loulé, e em Albufeira.
Ontem, após ouvir todas as testemunhas, o arguido quis prestar declarações. Explicou que conheceu as mulheres em bares de striptease e que as abordou para contratá-las como dançarinas num estabelecimento do mesmo ramo que queria abrir. Garantiu que lhes cedeu as casas para viverem e respondeu sempre "não" quando a juiz-presidente perguntou se as manteve sequestradas, ameaçou de morte, regou com gasolina, agrediu e violou. Sobre o que motivou as acusações, disse que ambas terão agido por vingança. A brasileira por "razões amoras" e a britânica por querer "ganhar algum dinheiro" e "sofrer de esquizofrenia".
A primeira queixa foi a da brasileira, que conseguiu fugir. A outra britânica pediu ajuda num bilhete num centro comercial de Faro onde foi com Donald. A PJ do Sul relacionou os casos e deteve-o em janeiro de 2020. As alegações finais estão marcadas para dia 23.
Acusação
14 crimes foram imputados ao pelo Ministério Público ao luso-canadiano Donald Fernandes